sábado, 21 de novembro de 2015

Ebola e o consumo de carne de morcegos:

  O início da atual epidemia de ebola e das mortes mais de 4 mil pessoas por causa da doença pode ter se dado em uma vila na Guiné, no leste da África, quando uma criança que comeu morcegos.
  A criança de dois anos, apelidada de infante zero, vivia no vilarejo de Gueckedou, uma região em que a carne deste animal é consumida frequentemente.
  Sua família deste paciente disse ter caçado duas espécies de morcego conhecidas por hospedar o vírus. A criança morreu em dezembro de 2013.
Morcegos não são os únicos animais menos convencionais que podem parar nas mesas de famílias africanas: chimpanzés, ratos, cobras e até porco-espinhos são mortos para um consumo.
  Nem sempre apenas a fome é levada em conta neste hábito. Trata-se de uma prática popular, porque alguns tipos de animais são considerados uma iguaria.
  Estima-se que na Bacia do Congo, por exemplo, as pessoas comam cinco milhões de toneladas de carne de animais selvagem por ano.O problema é que alguns desses animais podem transmitir sérias doenças, como no caso dos morcegos.
  Os morcegos são hospedeiros ideais por oferecerem grande resistência ao vírus.
Por meio de suas fezes ou mesmo de algumas frutas que tocaram, eles podem infectar animais como chimpanzés e gorilas.
   O início da atual epidemia de ebola e das mortes mais de 4 mil pessoas por causa da doença pode ter se dado em uma vila na Guiné, no leste da África, quando uma criança que comeu morcegos.
A criança de dois anos, apelidada de infante zero, vivia no vilarejo de Gueckedou, uma região em que a carne deste animal é consumida frequentemente.Sua família deste paciente disse ter caçado duas espécies de morcego conhecidas por hospedar o vírus. A criança morreu em dezembro de 2013.
  Morcegos não são os únicos animais menos convencionais que podem parar nas mesas de famílias africanas: chimpanzés, ratos, cobras e até porco-espinhos são mortos para um consumo.
Nem sempre apenas a fome é levada em conta neste hábito. Trata-se de uma prática popular, porque alguns tipos de animais são considerados uma iguaria.
  Estima-se que na Bacia do Congo, por exemplo, as pessoas comam cinco milhões de toneladas de carne de animais selvagem por ano. O problema é que alguns desses animais podem transmitir sérias doenças, como no caso dos morcegos.
  Os morcegos são hospedeiros ideais por oferecerem grande resistência ao vírus.Por meio de suas fezes ou mesmo de algumas frutas que tocaram, eles podem infectar animais como chimpanzés e gorilas.
   Mas ainda não se sabe exatamente como o ebola é transmitido de animais para humanos.
  Segundo Johnathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, frequentemente há uma "espécie intermediária" no processo, apesar de também haver evidências de que se possa pegar ebola diretamente de morcegos.
"Mas é difícil para o vírus saltar a barreira das espécies até os humanos. O vírus teria que primeiramente ganhar acesso via sangue, contaminando células, para se replicar".
  A maioria dos consumidores da carne de animais selvagens já compra o produto cozido ou defumado. O risco é muito maior para quem manuseia o material cru.
  Em Gana, país que ainda não foi afetado pelo ebola, mais de 100 mil morcegos são mortos anualmente.
  Uma recente enquete revelou que caçadores frequentemente tiveram contato com o sangue dos animais e em alguns casos foram mordidos ou arranhandos por eles.
A atual epidemia de ebola mostra que, embora as chances de infecção sejam raras, elas são possíveis. E sempre vale lembrar que a doença tem origem animal.
Apesar disso, a disseminação do vírus, do infante zero até agora, teria sido causada por contatos humanos.

Questão cultural

  Autoridades sanitárias já tentaram lidar com o problema da contaminação pelo consumo de carne.
  Na Libéria, um dos países mais afetados pela atual crise, a venda de carne de animais selvagens foi proibida.Mas há quem alegue que este tipo de decisão vá apenas forçar que a venda deste tipo de carne ocorra num mercado negro. Sem falar na questão cultural.
"Estamos falando de uma sociedade em que há o sentimento de que você não se alimentou de forma apropriada se não tiver comido carne. Não há grandes rebanhos que possam servir como fonte alternativa", explica Marcus Rowcliffe, da London Zoological Society.No entanto, o noticiário das últimas semanas foi marcado por críticas diretas a este costume.
 

O jornal americano Washington Post questionou a prática abertamente, ao passo que a revista New Scientist pediu uma proibição também como forma de proteção à fauna.
"Sabemos que houve uma contaminação de um morcego para uma criança na Guiné, mas, desde então, esta epidemia teve transmissão de humano para humano. As pessoas estão muito mais expostas por conviver com humanos do que por comer morcegos", afirma a antropóloga Melissa Leach, da Universidade de Sussex.
Ainda assim, os especialistas, alertam para os riscos do contato com o animal e acreditam que novos casos são apenas uma questão de tempo.
"É inevitável que veremos novos casos de ebola ou outras doenças transmissíveis por morcegos por causa das doenças que estes animais abrigam. Os riscos podem ser baixos, mas as consequências seriam graves", explica Rowcliffe.

REFERÊNCIA: BBC

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Dermatotitose por Microsporum sp em coelho (Oryctolagus cuniculus)


    Os coelhos são mantidos frequentemente como animais de estimação, são bem populares entre as crianças e adultos. 
   A dermatofitose é a infecção originada por fungos que têm capacidade de invasão dos tecidos queratinizados de seres humanos e animais. Entre os dermatófitos que ocasionalmente são observados em coelhos domésticos estão o Microsporum gypseum, Microsporum audouinii, Trichophyton verrucosum, Trichophyton schoenleinii, dentre estes destacando o Microsporum canis.
A dermatofitose causada por Microsporum sp em coelhos domésticos mostrou-se presente na avaliação , por se tratar de uma afecção infectocontagiosa aos seres humanos e animais, a atenção sobre esta enfermidade deve ser redobrada visando seu controle objetivando evitar disseminações e riscos de surtos. 
 A dermatofitose é a infecção originada por fungos que têm capacidade de invasão dos tecidos queratinizados.  Ambientes onde tenham existido animais infectados podem ser fontes  de contágio, sendo que as dermatofitoses são extremamente contagiosas e, facilmente transmissíveis aos humanos. A transmissão ocorre por contato direto entre animais infectados, por vias aereas. Os animais doentes constituem uma fonte importante de contágio, através da presença de esporos disseminados na sua pelagem à volta das lesoes.
 A dermatofitose  é mais observada em coelhos domésticos, entre os dermatófitos mais comum estão Trichophyton mentagrophytes, Microsporum gypseum, Microsporum audouinii, Trichophyton verrucosum, Trichophyton schoenleinii e Microsporum canis . Entre estes destaca-se o Microsporum canis, que por ser zoofílico, está presente preferencialmente em animais domésticos e ocasionalmente no homem, tendo em nosso meio como principal reservatório os felinos jovens.

 Sinais Clínicos:
 As lesões causadas por Microsporum sp variam conforme o indivíduo. Caracterizam-se de uma ou mais manchas circulares de alopecia com variável descamação, alguns pacientes podem desenvolver a lesão clássica em anel com halo central sadio e pápulas foliculares finas e crostas na periferia, pelos quebradiços, eritema e formação de crostas amarelas que aparecem principalmente na ponte nasal, pálpebra, orelhas e patas. O prurido geralmente é mínimo ou ausente.
Diagnóstico:
 O diagnóstico para dermatófitos é simples, pode ser realizado através da microscopia (pelos ou escamas em solução de hidróxido de potássio) onde permite investigar pelos contaminados com hifas ou artrósporos; da cultura fúngica; da biópsia e através da lâmpada de Wood, onde pelos contendo algumas cepas de Microsporum sp apresentam fluorescência amarelo-esverdeada. É um teste de triagem simples, porém são comuns resultados falso-positivos e falso-negativos

Tratamento:
 O tratamento é baseado no uso concomitante de agente tópico, sistêmico e tricotomia. A droga de escolha para ser usada por via sistêmica é a griseofulvina (25 mg/kg/dia, VO, durante 3 semanas ou até a cura), deve-se evitar seu uso em animais prenhes. As substâncias tópicas podem ser utilizadas o iodo
povidona, a clorexidina a 1% ou os derivados de imidazoliticos (como cetoconazol, miconazol, clotrimazol).  Pode ser feito o uso na forma tópica do cloridrato de butenafina em solução de 1%, com eficácia na aplicação uma vez ao dia, devido a boa penetração nas camadas córneas. O lufenuron é uma alternativa como droga sistêmica e pode ser utilizada por via oral, na dosagem de 100 mg/kg e repetir a dose um mês depois. No ambiente recomenda-se o uso de clorexidina ou o hipoclorito de sódio (diluição 1:10 em alvejantes domésticos).

REFERÊNCIAS: 
1 - QUESENBERRY, K.E. Coelhos. IN: BIRCHARD, S.J.; SHERDING, R.G..Manual Saun-ders - Clinica de Pequenos Animais, 1.ed., São Paulo: Editora Roca, cap.9, seção 12, p.1503,1998.
2 - SITGES, P.G.I. Pequenos mamíferos. In: AGUILAR, R.; DIVERS, S.M.H.; DIVERS, S.J.H.Atlas de Medicina, Terapêutica e Patologia de Animais Exóticos
. 1.ed., São Caetano doSul: Editora Interbook, cap. 9, p.265-296, 2007.3 - VENNEN, K.M.; MITCHELL, M.A. In: MITCHELL, M.A.; TULLY JR,T.N.Manual of Exotic Pet Pratice
. Missouri. Saunders Elsevier, cap.14, p.375-388, 2009.
4 - QUINTON, J.F.Novos animais de estimação: Pequenos mamíferos. São Paulo: Roca,
parte II. p.69,159, 2005.
5 - VILARDO, F.E.S. Lagomorpha (Coelho, Lebre, Lebre-assobiadora). In: CUBAS, Z.S.; SIL-VA, J.C.R; CATÃO- DIAS,J.L.Tratado de Animais Silvestres 1.ed., São Paulo: Editora Roca,cap.27, p.415, 2007.
6 - DIETERICH, R.A. & FEIST, D.D. Hematology of Alaskan snowshoe hares (Lepus ameri-
canus Macfarlani) during years of population decline.In:Comp. Biochem. Physiol. Great
Britain: Pergamon Press, v.66A, p.545-547, 1980.
7 - HARRIS, I. The laboratory rabbit . ANZCCART News, v.7, n.4, supl., p.1-8, 1994.
8 - SCOTT, D.W.; MILLER, JR. W.H.; GRIFFIN, C.E. Dermatoses de roedores, coelhos e
furões de estimação.In: Muller & Kirk,Dermatologia de pequenos animais.Rio de Janeiro:
Interlivros. 5.ed., cap.20, p.1081, 1996.
9 - KANE, J.; SUMMERBELL, R.; SIGLER, L.et al Laboratory handbook of dermatho-hytes.
Belmont: Star Publishing, 1997.
10 - ZAGNOLI, A.; CHEVALIER, B.; SASSOLAS, B.Dermatophyties et dermatophytes.
EMC -Pédiatrie, v.2, p.96-115, 2005.
11 - VAN ROOIJ, P.; DETANDT, M.; NOLARD, N.Tricophyton mentagrophytes of rabbit origin causing family incidence of kerion: an environmental study. Mycoses. 50(2):160,
2006.
12 - WEITZMAN, I.; SUMMERBELL, R.C.The dermatophytes. Clin Microbiol
Rev; 8(2):240-260; 1995.
13 - DONNELLY ,T.M.; RUSH, E.M.; LACKNEG, P.A.Ringworm in Small Exotic Pets.
Seminars of avian and exotic pet medicine; 9(2): 82-93; 2000.

.
Rev. Saúde Pública
, vol.28, n.5, p.337-340, 1994

OCCIDIOSE AVIÁRIA




  A coccidiose aviária é causada por parasitas do gênero Eimeria, que levam às aves a uma enfermidade entéricas mais importantes, devido aos prejuízos econômicos por ela 
 causados. Esta enfermidade representa uma constante ameaça às criações de aves de produção, assim como também pode afetar a criação de pássaros que vivem em cativeiro tais como bicudos, curiós, canários, periquitos, etc.
  A coccidiose é causada por protozoários do gênero Eimeria, sendo considerada a doença mais importante na avicultura industrial, não bastando o fato de que o agente cause enterite e diarréia, (conseqüentemente, uma diminuição na absorção intestinal de nutrientes,) há ainda um efeito sinérgico da coccidiose com outras doenças, sendo mais severos do que quando ocorre sozinha (ALLEN & FETTERER, 2002)

Sinais Clínicos: Os sinais clínicos da coccidiose variam conforme as espécies de coccídios envolvidos na infecção, algumas espécies patogênicas causam diarréia que varia de mucóide a sanguinolenta, desidratação, penas arrepiadas, anemia, despigmentação da pele e prostração, dentre outros sinais clínicos (ALLEN & FETTERER, 2002).

Diagnóstico: O diagnóstico da doença pode ser feito ao nível de campo e laboratorial sendo baseado nos achados macroscópicos e confirmado microscopicamente, para a sua realização, deve-se selecionar ao acaso um grupo de animais do galpão, os quais serão sacrificados e submetidos à necropsia (KAWAZOE, 2000).
   A seleção não deve se limitar a animais doentes e debilitados, assim como não se deve necropsiar animais mortos no galpão, pois as alterações post-mortem nos intestinos dificultarão o diagnóstico (ALLEN & FETTERER, 2002).
Pode-se fazer um exame direto do conteúdo intestinal através de um raspado de mucosa e observação ao microscópio procurando os oocistos indicando infecção, embora isto não signifique a presença de doença clínica (LILLEHOJ H & LILLEHOJ E, 2000).
2.5. Controle, prevenção e tratamento Para que se faça um bom controle e conseqüentemente obter a prevenção de surtos, é necessário o uso de vários métodos associados ao manejo adequado, desinfecção e limpeza isoladamente, não são suficientes para o controle, para tal, é necessário lançar mão do uso de anticoccidianos nas rações ou usar vacinas existentes no mercado, em função de que os oocistos de Eimeria permanecem viáveis por mais de um ano no ambiente em condições ideais de temperatura e umidade (ALLEN & FETTERER, 2002).
 

Estão disponíveis no mercado dois tipos de vacina contra a coccidiose, a vacina atenuada e a virulenta, as vacinas vivas atenuadas contra coccidiose oferecem uma vantagem significativa em termos de segurança em relação às vacinas vivas virulentas, estas vacinas atenuadas, consideradas de segunda geração, possuem um mercado crescente desde o seu lançamento, porém o seu consumo é inferior ao da vacina de primeira geração (LILLEHOJ H & LILLEHOJ E, 2000).
O uso de vacinas vivas ainda está em uma escala relativamente pequena principalmente para frangos de corte. O impacto econômico, os benefícios produtivos, as limitações da vacinação e as estratégias de controle serão melhorados ao longo do tempo (ALLEN & FETTERER, 2002).

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLEN P. C., FETTERER R. H. Recent advances in biology of Eimeria species and diagnosis and control of infection with these coccidian parasites of poultry. Clin Microb Rev 2002; 15: 58-65.
DANFORTH H. In: Simpósio Internacional sobre Coccidiose Aviária II, Foz do Iguaçu, Brasil. Proceedings, FACTA, 1999, p. 45-52.
LILLEHOJ H. S., LILLEHOJ E. P. Avian coccidiosis. A review of acquired intestinal immunity and vaccination strategies. Avian Dis. 2000; 44: 408-425.
KAWAZOE U. Cccidiose In Doença das Aves; Campinas, FACTA, 2000:p391-

terça-feira, 3 de novembro de 2015

HISTOPLASMOSE:

   A histoplasmose é uma micose causada por fungo dimórfico, o Histoplasma capsulatum. É considerada classicamente uma micose endêmica, embora o fungo tenha um comportamento oportunístico em pacientes com depressão da imunidade celular. O homem adquire a infecção através da inalação de conídeos presentes na natureza (cavernas com morcegos, galinheiros, etc). O quadro clínico pode variar, desde infecções assintomáticas até quadros graves disseminados, que acometem pacientes com Aids, transplantados ou com neoplasias hematológicas. O diagnóstico baseia-se no encontro do fungo em fluidos orgânicos (escarro, sangue, líquor) ou tecidos (histopatologia), na cultura de materiais biológicos e na sorologia. O tratamento das formas agudas graves, respiratória crônica ou de formas localizadas pode ser feito com azólicos orais (itraconazol) e nas disseminadas, a Anfotericina B (preferencialmente as formulações lipídicas) constitui a droga da eleição para iniciar a terapia. A histoplasmose representa, hoje uma das micoses sistêmicas mais importantes nas Américas, com ampla distribuição em todas as regiões do Brasil. 

Fonte de infecção: morcegos (as aves desempenham papel passivo, pois não eliminam o agente, mas suas fezes ajudam a proliferação da fase saprofítica)

Via de eliminação: fezes
Via de transmissão: contágio direto via aerógena (inalação de pó)
Porta de entrada: trato respiratório
Susceptível: mamíferos e homem são hospedeiros acidentais, pois não participam da manutenção ou transmissão da doença.
  O período de incubação é de aproximadamente 10 dias. Após a inalação do agente, ocorre a forma pulmonar (aguda ou crônica). Posteriormente, por via hematógena, ocorre a forma disseminada - pele, mucosas e outros órgãos (baço, fígado, coração).


 Sintomas
HUMANOS

Pulmonar aguda: Mais freqüente, semelhante à gripe, durando de um dia a várias semanas. Pode passar desapercebida.
Pulmonar cavitária crônica: Acomete pessoas com mais de 40 anos, homens, quase sempre com enfermidade pulmonar pré-existente. Semelhante à tuberculose pulmonar, com formação de cavidades, com curso de meses a anos. Pode haver dano pulmonar permanente ou cura espontânea.
Disseminada: É a mais grave, acometendo pessoas muito jovens ou muito velhas. 10-25% de aidéticos em áreas endêmicas desenvolvem esta forma, com 10% de mortalidade. Forma aguda: em lactantes e crianças pequenas – hepatoesplenomegalia, febre, prostação. Se não tratada, é alta a mortalidade. Forma crônica: geralmente em adultos – pneumonia, hepatite, endocardite, ulceração de mucosas e hepatoesplenomegalia. Pode ser mortal se não tratada.

DEMAIS ANIMAIS
Alta taxa de animais reatores (domésticos e de companhia, morcegos e roedores), porém maioria das infecções são assintomáticas.
Cães: é a espécie que manifesta mais freqüentemente sintomas clínicos. Forma respiratória primária: encapsulação e calcificação do agente. Forma disseminada: perda de peso, diarréia persistente, ascite, tosse crônica, hepatoesplenomegalia e linfadenopatia.
Aves: não são susceptíveis (sua temperatura corporal não permite o crescimento do fungo)

  Em casos de infecção leve,  provavelmente não será necessário tratamento. O seu veterinário  pode apenas pedir que o animal descanse e tome um medicamento sem necessidade de prescrição médica para controlar os sintomas. Caso haja dificuldade para respirar ou estiver infectado por mais de um mês, o tratamento pode ser necessário. Normalmente é dado um medicamento antifúngico oral, mas pode ser necessária a terapia intravenosa. Os medicamentos mais usados são:
  • cetoconazol
  • anfotericina B
  • itraconazol.
Alguns animais podem ter de tomar medicação antifúngica por até dois anos.


 REFERENCIAS: mgar e minha vida

 

sábado, 31 de outubro de 2015

ASPERGILOSE EM AVES

  A aspergilose é doença comumente diagnostica nas aves de companhia. Indivíduos imunocomprometidos são  acometidos por este agente. As doenças micóticas estão freqüentemente associadas com mortalidade em aves, sendo que a aspergilose tem papel importante nas doenças respiratórias.
   O Aspergillus fumigatus é o agente mais comumente encontrado, seguido do A . flavus e A . niger. Chegar a um diagnóstico preciso da patologia na maioria dos casos, é um grande desafio ao médico veterinário. Papagaios cinzentos africanos, papagaios sul americanos, aves de rapina e as aves aquáticas são os mais acometidos. A susceptibilidade aumenta com o estresse, técnicas deficientes de manejo, corticoterapia, irritantes respiratórios, antibioticoterapia ou outra patologia concomitante. Animais saudáveis que inalaram grandes quantidades de esporos não desenvolveram a doença enquanto outros imunocomprometidos mediante inalação de pequena carga de esporos, desenvolveram a doença. 

  A infecção geralmente é dividida em sistêmica ou localizada. O início, na maioria dos casos é localizado, como no trato respiratório inferior e mais tarde avança para outros sistemas. A siringe, os sacos aéreos torácicos caudais e os sacos aéreos abdominais constituem os locais mais comumente afetados.A própria anatomia do trato respiratório das aves  predispõe ao bloqueio de certos locais. Não podemos esquecer que uma pequena área da siringe é formada por epitélio escamoso estratificado o qual pode ser ou estar modificado pela hipovitaminose A. Uma hipertrofia ou hiperceratose pode ocorrer e permitir a colonização por esporos inalados. A pele, músculos, trato gastrintestinal, fígado, rins, olhos e cérebro também podem ser acometidos. O tempo de incubação varia com o tipo de exposição. Experimentalmente filhotes de avestruz infectados morreram entre 2 a 8 dias após a exposição aos esporos.
   
 Sinais clínicos :
 Dispnéia, depressão e emaciação. Biliverdinúria (biliverdina na urina),paresia posterior e fraqueza, alteração vocal pode constituir os primeiros sinais de infecções siringeanas ou traqueais. As infecções nasais e sinusais podem se associar com uma abertura nasal anormalmente formada, um sulco longitudinal na ranfoteca ou mesmo necrose.

Suspeita-se de aspergilose com base nos sinais clínicos, anamnese, achados de exame físico, hematologia, radiologia, endoscopia ou cirurgia exploratória. A cultura deste agente sem a presença de lesões não é diagnostico pela sua condição onipresente anteriormente ressaltada. Citologia por lavado do saco aéreo ou biopsia guiada pelo endoscópio é útil para diagnostico das infecções do trato respiratório baixo ou inferior.
O diagnostico diferencial para aves maduras com heterofilia severa e perda de peso, deve incluir a clamidiose e micobacteriose. Dispnéia severa também pode ser causada por aumento da pressão abdominal (massas, ascite, hepatomegalia), pneumonia e inalação de corpo estranho. 

Referência: Carlos Alexandre Pessoa - Médico Veterinário

Zoonoses e doenças emergentes transmitidas por animais silvestres

  No Brasil a destruição de ecossistemas em larga escala, causa ações degradantes à natureza, podendo advir em consequências desastrosas à vida na Terra. O avanço da agricultura e da pecuária proporcionou um contato entre as populações humanas e de seus animais domésticos com as populações de animais silvestres nos seus habitats. Este contato facilitou a disseminação de agentes infecciosos e parasitários para novos hospedeiros e ambientes, estabelecendo assim novas relações entre hospedeiros e parasitas, e novos os nichos ecológicos na cadeia de transmissão das doenças, desequilibrando todo um ecossistema. 
  Esse contato estreito entre os animais e a emigração desenfreada, vem levando a rê-emergência de várias zoonoses, com  importante participação dos animais silvestres na manutenção destas doenças na natureza.Os animais silvestres, tanto em vida silvestre como em cativeiro, podem ser reservatórios e portadores de várias zoonoses, podendo transmiti-las devido:

a) introdução de animais domésticos e/ou homem em um foco natural;
b) translocação de um hospedeiro infectado a um novo biótipo, donde existam hospedeiros suscetíveis;
c) modificação da dinâmica dos hospedeiros ou alteração do equilíbrio ecológico;
d) falta de alimento, o que obriga os animais reservatórios a translocar-se a outras biocenoses;
e) intervenção do homem na modificação dos ecossistemas;
f) mutações positivas no processo epidêmico do agente etiológico, facilitando sua disseminação;
g) intervenção das aves migratórias e dos vetores.


   Quando em ambiente de cativeiro, os esforços dos profissionais na manutenção de um rigoroso manejo sanitário é extremamente importante, entretanto o ambiente de zoológico continua sendo propício à disseminação de uma gama de doenças, muitas delas zoonóticas. O tráfico de animais também vem acarretando um desequilibrio nos sistemas, pois estão levando animais muitas vezes contaminados, que disseminarão as doenças em locais que antes a doença não era conhecida, tornando áreas endêmicas.

  Apresentamos algumas propostas abaixo, que visam o controle de zoonoses, principalmente transmitidas por animais silvestres:
- Planejar, coordenar, executar e avaliar as ações de controle e diagnóstico;
- Estudar a dinâmica das populações animais silvestres de interesse em saúde pública e animal;
- Realizar o atendimento à população com relação ao controle das zoonoses;
- Promover controle e a vigilância entomológica;
- Realizar diagnósticos laboratoriais;
- Divulgar resultados às entidades competentes;
- Desenvolver programas em parceria com universidades, institutos de pesquisas e com as instituições que possuem animais silvestres em seu plantel;
- Realizar a notificação de focos principalmente para as doenças (zoonoses) de notificação compulsória.
Referências

ACHA,P.N.; SZYFRES,B. Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y animales. 2.ed. Washington: Organization Panamericana de la Salud, 1986 (Publicación Científica 503).
BARLETT, P.C.; JUDGE, L.J. The role of epidemiology in public health. Office International des Epizooties Scientific and Technical Review, v. 16, n. 2, p. 331-336, 1997.
CORRÊA, S.H.R.; PASSOS, E.C. Wild animals and public health. In: FOWLER, M.E.; CUBAS, Z.S. Biology, medicine, and surgery of South American wild animals. Ames: Iowa University Press, p. 493-499, 2001.
CUBAS, Z.S. Special challenges of maintaining wild animals in captivity in South America. Office International des Epizooties Scientific and Technical Review, v. 15, n. 1, p. 267-287, 1996.
DUBEY, J. P.; BEATTIE, C. P. Toxoplasmosis of animals and man. Boca Raton: CRC, 1988. 220 p.
FOWLER, M. E. (Ed.). Zoo and wild animal medicine. 2. ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1986.
FOWLER, M. E. (Ed.). Zoo & wild animal medicine. 3.ed. Philadelphia: W.B.Saunders, 1993. 617p.
HIRSH, D.C.; ZEE, Y.C. Microbiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 446p.
MONTALI, R. J.; MIGAKI, G. The comparative pathology of zoo animals. Washington: Smithsonian Institution, 1980. 684 p.
REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
SEDGWICK, C. J.; ROBINSON, P. T.; LOCHNER, F. K. Zoonoses: a zoo’s concern. Journal American Veterinary Medical Association, v. 167, n. 9, p. 828-829, 1975.
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SILVA, J.C.R; OGASSAWARA, S.; ADANIA, C.H.; FERREIRA, F.; GENNARI, S.M.; DUBEY, J.P.; FERREIRA NETO, J.S. Seroprevalence of Toxoplasma gondii in captive neotropical felids from Brazil. Veterinary Parasitology, v. 102, p. 217-224, 2001



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Psitacose

    Também conhecida como ornitose ou febre dos papagaios, é uma doença infecciosa causada por clamídias (agente etiológico: Chlamydia psittaci), é de distribuição universal (pode ocorrer em qualquer lugar do mundo), ocorrendo em qualquer época do ano.

Etiologia: 
  • É uma bactéria Gram negativa intracelular obrigatória
  • Identificada inicialmente em psitacídeos, isto é, em papagaios, araras e periquitos (daí o nome psitacose), posteriormente verificou-se a infecção também em diferentes espécies de aves (pombos, galinhas, canários, faisões, perus, etc), répteis e mamíferos, incluindo o homem.
  • Tem distribuição mundial
  • O agente é susceptível a maioria dos desinfetantes e detergentes: compostos de amônia quaternária, álcool 70%; Lysol a 1%; hipoclorito de sódio; clorofenóis; calor.
  • O agente é resistente a ácidos e bases, e mantém-se por meses se protegidos em fezes ressecadas. 



Hospedeiros:
  Aves, principalmente os psitacídeos (papagaios, araras e periquitos), são o reservatório natural da doença, todavia, outras espécies como pombos, perus e gansos, também podem atuar como reservatório. Algumas espécies de mamíferos podem ser afetadas.    

Atualmente, conhece-se mais de 130 espécies de aves que podem ser hospedeiras da bactéria. Acomete principalmente pessoas que mantêm contato direto com esses animais (trabalhadores de abatedouros de aves, trabalhadores de lojas de animais e criadores de aves).
  A psitacose é transmitida por via respiratória, por meio da aspiração de poeira contaminada pelos dejetos de animais doentes ou portadores. A transmissão respiratória de pessoa a pessoa pode acontecer, mas é um evento raro e ocorre somente na fase aguda da doença. Uma vez no corpo do infectado, permanece incubada por um período de uma a quatro semanas e o período de transmissibilidade pode durar semanas ou meses.



Sintomas:

  Nas aves: Nos psitacídeos, a infecção normalmente não apresenta sinais clínicos. Quando presentes, são inespecíficos como queda na fertilidade, anorexia, perda de peso, hipotermia, eriçamento das penas, letargia, diarréia amarelada a esverdeada, dispnéia, sinusite, coriza, aerosaculite, pneumonia e desidratação. Após emagrecimento progressivo e caquexia, os animais morrem, freqüentemente com sintomas de paralisia no prazo de uma a duas semanas. Também ocorrem mortes súbitas sem sintomas prévios da doença. Um animal doente pode ser curado, mas continua portador eliminando o agente por meses.

  Em mamíferos: Em ruminantes, o aborto é o principal sinal clínico, sendo que o agente tem sido isolado da placenta de bovinos, ovinos e caprinos de todo o mundo. Além disso, podem ocorrer epididimite, artrite, pneumonia e conjuntivite. Já em suínos ocorrem doenças respiratórias e desordens reprodutivas, porém a forma assintomática parece ser a mais freqüente.

  No homem: A infecção assintomática não é comum, dando lugar a sintomas semelhantes à gripe (como cefaléia, febre, dor muscular, tosse e inapetência), acompanhados de acometimento das vias aéreas superiores ou inferiores e evoluindo para pneumonias atípicas. Complicações - Pericardite, miocardite, endocardite, tromboflebite superficial, hepatites e encefalopatia. A enfermidade, em geral, é leve ou moderada no homem, podendo ser mais grave em idosos que não recebam tratamento adequado, Estima-se que a letalidade seja menor que 1% quando pacientes são tratados de modo adequado (antibioticoterapia).

Fonte: Wikipédia & InfoEscola.