quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Dermatotitose por Microsporum sp em coelho (Oryctolagus cuniculus)


    Os coelhos são mantidos frequentemente como animais de estimação, são bem populares entre as crianças e adultos. 
   A dermatofitose é a infecção originada por fungos que têm capacidade de invasão dos tecidos queratinizados de seres humanos e animais. Entre os dermatófitos que ocasionalmente são observados em coelhos domésticos estão o Microsporum gypseum, Microsporum audouinii, Trichophyton verrucosum, Trichophyton schoenleinii, dentre estes destacando o Microsporum canis.
A dermatofitose causada por Microsporum sp em coelhos domésticos mostrou-se presente na avaliação , por se tratar de uma afecção infectocontagiosa aos seres humanos e animais, a atenção sobre esta enfermidade deve ser redobrada visando seu controle objetivando evitar disseminações e riscos de surtos. 
 A dermatofitose é a infecção originada por fungos que têm capacidade de invasão dos tecidos queratinizados.  Ambientes onde tenham existido animais infectados podem ser fontes  de contágio, sendo que as dermatofitoses são extremamente contagiosas e, facilmente transmissíveis aos humanos. A transmissão ocorre por contato direto entre animais infectados, por vias aereas. Os animais doentes constituem uma fonte importante de contágio, através da presença de esporos disseminados na sua pelagem à volta das lesoes.
 A dermatofitose  é mais observada em coelhos domésticos, entre os dermatófitos mais comum estão Trichophyton mentagrophytes, Microsporum gypseum, Microsporum audouinii, Trichophyton verrucosum, Trichophyton schoenleinii e Microsporum canis . Entre estes destaca-se o Microsporum canis, que por ser zoofílico, está presente preferencialmente em animais domésticos e ocasionalmente no homem, tendo em nosso meio como principal reservatório os felinos jovens.

 Sinais Clínicos:
 As lesões causadas por Microsporum sp variam conforme o indivíduo. Caracterizam-se de uma ou mais manchas circulares de alopecia com variável descamação, alguns pacientes podem desenvolver a lesão clássica em anel com halo central sadio e pápulas foliculares finas e crostas na periferia, pelos quebradiços, eritema e formação de crostas amarelas que aparecem principalmente na ponte nasal, pálpebra, orelhas e patas. O prurido geralmente é mínimo ou ausente.
Diagnóstico:
 O diagnóstico para dermatófitos é simples, pode ser realizado através da microscopia (pelos ou escamas em solução de hidróxido de potássio) onde permite investigar pelos contaminados com hifas ou artrósporos; da cultura fúngica; da biópsia e através da lâmpada de Wood, onde pelos contendo algumas cepas de Microsporum sp apresentam fluorescência amarelo-esverdeada. É um teste de triagem simples, porém são comuns resultados falso-positivos e falso-negativos

Tratamento:
 O tratamento é baseado no uso concomitante de agente tópico, sistêmico e tricotomia. A droga de escolha para ser usada por via sistêmica é a griseofulvina (25 mg/kg/dia, VO, durante 3 semanas ou até a cura), deve-se evitar seu uso em animais prenhes. As substâncias tópicas podem ser utilizadas o iodo
povidona, a clorexidina a 1% ou os derivados de imidazoliticos (como cetoconazol, miconazol, clotrimazol).  Pode ser feito o uso na forma tópica do cloridrato de butenafina em solução de 1%, com eficácia na aplicação uma vez ao dia, devido a boa penetração nas camadas córneas. O lufenuron é uma alternativa como droga sistêmica e pode ser utilizada por via oral, na dosagem de 100 mg/kg e repetir a dose um mês depois. No ambiente recomenda-se o uso de clorexidina ou o hipoclorito de sódio (diluição 1:10 em alvejantes domésticos).

REFERÊNCIAS: 
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