sábado, 31 de outubro de 2015

ASPERGILOSE EM AVES

  A aspergilose é doença comumente diagnostica nas aves de companhia. Indivíduos imunocomprometidos são  acometidos por este agente. As doenças micóticas estão freqüentemente associadas com mortalidade em aves, sendo que a aspergilose tem papel importante nas doenças respiratórias.
   O Aspergillus fumigatus é o agente mais comumente encontrado, seguido do A . flavus e A . niger. Chegar a um diagnóstico preciso da patologia na maioria dos casos, é um grande desafio ao médico veterinário. Papagaios cinzentos africanos, papagaios sul americanos, aves de rapina e as aves aquáticas são os mais acometidos. A susceptibilidade aumenta com o estresse, técnicas deficientes de manejo, corticoterapia, irritantes respiratórios, antibioticoterapia ou outra patologia concomitante. Animais saudáveis que inalaram grandes quantidades de esporos não desenvolveram a doença enquanto outros imunocomprometidos mediante inalação de pequena carga de esporos, desenvolveram a doença. 

  A infecção geralmente é dividida em sistêmica ou localizada. O início, na maioria dos casos é localizado, como no trato respiratório inferior e mais tarde avança para outros sistemas. A siringe, os sacos aéreos torácicos caudais e os sacos aéreos abdominais constituem os locais mais comumente afetados.A própria anatomia do trato respiratório das aves  predispõe ao bloqueio de certos locais. Não podemos esquecer que uma pequena área da siringe é formada por epitélio escamoso estratificado o qual pode ser ou estar modificado pela hipovitaminose A. Uma hipertrofia ou hiperceratose pode ocorrer e permitir a colonização por esporos inalados. A pele, músculos, trato gastrintestinal, fígado, rins, olhos e cérebro também podem ser acometidos. O tempo de incubação varia com o tipo de exposição. Experimentalmente filhotes de avestruz infectados morreram entre 2 a 8 dias após a exposição aos esporos.
   
 Sinais clínicos :
 Dispnéia, depressão e emaciação. Biliverdinúria (biliverdina na urina),paresia posterior e fraqueza, alteração vocal pode constituir os primeiros sinais de infecções siringeanas ou traqueais. As infecções nasais e sinusais podem se associar com uma abertura nasal anormalmente formada, um sulco longitudinal na ranfoteca ou mesmo necrose.

Suspeita-se de aspergilose com base nos sinais clínicos, anamnese, achados de exame físico, hematologia, radiologia, endoscopia ou cirurgia exploratória. A cultura deste agente sem a presença de lesões não é diagnostico pela sua condição onipresente anteriormente ressaltada. Citologia por lavado do saco aéreo ou biopsia guiada pelo endoscópio é útil para diagnostico das infecções do trato respiratório baixo ou inferior.
O diagnostico diferencial para aves maduras com heterofilia severa e perda de peso, deve incluir a clamidiose e micobacteriose. Dispnéia severa também pode ser causada por aumento da pressão abdominal (massas, ascite, hepatomegalia), pneumonia e inalação de corpo estranho. 

Referência: Carlos Alexandre Pessoa - Médico Veterinário

Zoonoses e doenças emergentes transmitidas por animais silvestres

  No Brasil a destruição de ecossistemas em larga escala, causa ações degradantes à natureza, podendo advir em consequências desastrosas à vida na Terra. O avanço da agricultura e da pecuária proporcionou um contato entre as populações humanas e de seus animais domésticos com as populações de animais silvestres nos seus habitats. Este contato facilitou a disseminação de agentes infecciosos e parasitários para novos hospedeiros e ambientes, estabelecendo assim novas relações entre hospedeiros e parasitas, e novos os nichos ecológicos na cadeia de transmissão das doenças, desequilibrando todo um ecossistema. 
  Esse contato estreito entre os animais e a emigração desenfreada, vem levando a rê-emergência de várias zoonoses, com  importante participação dos animais silvestres na manutenção destas doenças na natureza.Os animais silvestres, tanto em vida silvestre como em cativeiro, podem ser reservatórios e portadores de várias zoonoses, podendo transmiti-las devido:

a) introdução de animais domésticos e/ou homem em um foco natural;
b) translocação de um hospedeiro infectado a um novo biótipo, donde existam hospedeiros suscetíveis;
c) modificação da dinâmica dos hospedeiros ou alteração do equilíbrio ecológico;
d) falta de alimento, o que obriga os animais reservatórios a translocar-se a outras biocenoses;
e) intervenção do homem na modificação dos ecossistemas;
f) mutações positivas no processo epidêmico do agente etiológico, facilitando sua disseminação;
g) intervenção das aves migratórias e dos vetores.


   Quando em ambiente de cativeiro, os esforços dos profissionais na manutenção de um rigoroso manejo sanitário é extremamente importante, entretanto o ambiente de zoológico continua sendo propício à disseminação de uma gama de doenças, muitas delas zoonóticas. O tráfico de animais também vem acarretando um desequilibrio nos sistemas, pois estão levando animais muitas vezes contaminados, que disseminarão as doenças em locais que antes a doença não era conhecida, tornando áreas endêmicas.

  Apresentamos algumas propostas abaixo, que visam o controle de zoonoses, principalmente transmitidas por animais silvestres:
- Planejar, coordenar, executar e avaliar as ações de controle e diagnóstico;
- Estudar a dinâmica das populações animais silvestres de interesse em saúde pública e animal;
- Realizar o atendimento à população com relação ao controle das zoonoses;
- Promover controle e a vigilância entomológica;
- Realizar diagnósticos laboratoriais;
- Divulgar resultados às entidades competentes;
- Desenvolver programas em parceria com universidades, institutos de pesquisas e com as instituições que possuem animais silvestres em seu plantel;
- Realizar a notificação de focos principalmente para as doenças (zoonoses) de notificação compulsória.
Referências

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BARLETT, P.C.; JUDGE, L.J. The role of epidemiology in public health. Office International des Epizooties Scientific and Technical Review, v. 16, n. 2, p. 331-336, 1997.
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HIRSH, D.C.; ZEE, Y.C. Microbiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 446p.
MONTALI, R. J.; MIGAKI, G. The comparative pathology of zoo animals. Washington: Smithsonian Institution, 1980. 684 p.
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Psitacose

    Também conhecida como ornitose ou febre dos papagaios, é uma doença infecciosa causada por clamídias (agente etiológico: Chlamydia psittaci), é de distribuição universal (pode ocorrer em qualquer lugar do mundo), ocorrendo em qualquer época do ano.

Etiologia: 
  • É uma bactéria Gram negativa intracelular obrigatória
  • Identificada inicialmente em psitacídeos, isto é, em papagaios, araras e periquitos (daí o nome psitacose), posteriormente verificou-se a infecção também em diferentes espécies de aves (pombos, galinhas, canários, faisões, perus, etc), répteis e mamíferos, incluindo o homem.
  • Tem distribuição mundial
  • O agente é susceptível a maioria dos desinfetantes e detergentes: compostos de amônia quaternária, álcool 70%; Lysol a 1%; hipoclorito de sódio; clorofenóis; calor.
  • O agente é resistente a ácidos e bases, e mantém-se por meses se protegidos em fezes ressecadas. 



Hospedeiros:
  Aves, principalmente os psitacídeos (papagaios, araras e periquitos), são o reservatório natural da doença, todavia, outras espécies como pombos, perus e gansos, também podem atuar como reservatório. Algumas espécies de mamíferos podem ser afetadas.    

Atualmente, conhece-se mais de 130 espécies de aves que podem ser hospedeiras da bactéria. Acomete principalmente pessoas que mantêm contato direto com esses animais (trabalhadores de abatedouros de aves, trabalhadores de lojas de animais e criadores de aves).
  A psitacose é transmitida por via respiratória, por meio da aspiração de poeira contaminada pelos dejetos de animais doentes ou portadores. A transmissão respiratória de pessoa a pessoa pode acontecer, mas é um evento raro e ocorre somente na fase aguda da doença. Uma vez no corpo do infectado, permanece incubada por um período de uma a quatro semanas e o período de transmissibilidade pode durar semanas ou meses.



Sintomas:

  Nas aves: Nos psitacídeos, a infecção normalmente não apresenta sinais clínicos. Quando presentes, são inespecíficos como queda na fertilidade, anorexia, perda de peso, hipotermia, eriçamento das penas, letargia, diarréia amarelada a esverdeada, dispnéia, sinusite, coriza, aerosaculite, pneumonia e desidratação. Após emagrecimento progressivo e caquexia, os animais morrem, freqüentemente com sintomas de paralisia no prazo de uma a duas semanas. Também ocorrem mortes súbitas sem sintomas prévios da doença. Um animal doente pode ser curado, mas continua portador eliminando o agente por meses.

  Em mamíferos: Em ruminantes, o aborto é o principal sinal clínico, sendo que o agente tem sido isolado da placenta de bovinos, ovinos e caprinos de todo o mundo. Além disso, podem ocorrer epididimite, artrite, pneumonia e conjuntivite. Já em suínos ocorrem doenças respiratórias e desordens reprodutivas, porém a forma assintomática parece ser a mais freqüente.

  No homem: A infecção assintomática não é comum, dando lugar a sintomas semelhantes à gripe (como cefaléia, febre, dor muscular, tosse e inapetência), acompanhados de acometimento das vias aéreas superiores ou inferiores e evoluindo para pneumonias atípicas. Complicações - Pericardite, miocardite, endocardite, tromboflebite superficial, hepatites e encefalopatia. A enfermidade, em geral, é leve ou moderada no homem, podendo ser mais grave em idosos que não recebam tratamento adequado, Estima-se que a letalidade seja menor que 1% quando pacientes são tratados de modo adequado (antibioticoterapia).

Fonte: Wikipédia & InfoEscola. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Febre Maculosa

  A febre maculosa ou doença do carrapato, é uma doença causada pela bactérias Rickettsia rickettsii.   O principal reservatório da doença é o carrapato estrela, que pode transmitir a doença para animais como capivaras, gambás e até mesmo cachorros. A doença vem se disseminando através da picada do carrapato, e sua incidência aumentou desde 1996 devido a esses animais estarem migrando do seu ambiente natural, graças aos desmatamentos e queimadas.

Sintomas:
  •   Febre, variando de 39º a 40ºC.
  •   Lesões de pele
  •   Calafrios
  •   Dores musculares
  •   Náuseas e vômitos
Tratamento:
  Medicações sintomáticas como analgésicos, antitérmicos, hidratação oral e repouso. Estima-se que a infecção tem uma resolução espontânea em algumas semanas. Os casos mais graves, quando diagnosticados, devem receber antibióticos específicos e medidas de suporte, muitas vezes necessitando até de tratamento intensivo. 

Prevenção:
  •   Evitar contato com animais domésticos e silvestres em regiões reconhecidamente de alta incidência da doença.  
  •   Usar calças compridas e botas.  
  •   Usar carrapaticida em animais domésticos com a freqüência recomendada. 
  

   

  

Fonte: ABC da saúde